Páginas

sábado, novembro 20, 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1)

Sou fã incondicional da série Harry Potter. Li todos os livros, assisti todos os filmes. Odeio que falem mal de qualquer detalhe que seja e defendo com a maior vontade. JK Rowling criou um mundo magnífico, onde deixamos a imaginação fluir e embarcamos em histórias absurdamente incríveis que cativaram a minha geração e com certeza vai continuar cativando as que estão por vir.

Desde que ‘A Pedra Filosofal’ foi lançada, a principal expectativa que se criava era se o próximo filme ia ou não ser fiel aos livros. Eu, particularmente não ligo para isso, analiso o filme como uma adaptação. Claro que é impossível não fazer comparações, mas procuro não fazer disso algo essencial para julgar a qualidade (ou falta de..) de qualquer adaptação que seja. Gosto de todos os filmes, mesmo com todas as informações criadas ou excluídas. Para evitar que o último filme desapontasse uma geração inteira (e ganhar um pouco mais de grana, obviamente) resolveram adaptar o último e mais emocionante livro da série em 2 filmes. O resultado? Bom.. corram para os cinemas e confiram com os próprios olhos. Tenho certeza que JK Rowling está orgulhosa do primoroso trabalho que fizeram com sua obra.

‘As Relíquias da Morte’ começa exatamente de onde o anterior parou. Harry, Rony e Hermione precisam encontrar e destruir as Horcruxes, objetos com fragmentos da alma de Lord Voldemort. Porém, como todos sabemos essa não será uma missão fácil.

Bom, já falei um pouco sobre meu fascínio e fanatismo pela série. Agora vou falar sobre os aspectos técnicos do filme, que estão impecáveis. Vamos começar pelo começo. O diretor David Yates, resolveu ousar e fazer uma espécie de prólogo, ligeiramente diferente do livro. Acontece que essa liberdade poética teve um resultado incrível. Foi uma cena com um forte apelo emotivo e que retratado na tela nos brindou com uma cena linda. Emma Watson conseguiu mesmo sem falar nada, emocionar grande parte do público. A fotografia do filme é fora do comum. Os cenários parecem que tem vida. As cores frias deram ao filme o tom de caos, desespero e urgência que o Mundo da Magia está enfrentando. Isso ajudou muito a retratar também a solidão que nosso trio principal está passando, afinal eles tão sozinhos nessa e precisam aprender a se virar como podem se quiserem sobreviver e completar a missão na qual foram designados.

O maior acerto de ‘As Relíquias da Morte’ talvez esteja na divisão em duas partes. O filme ocorre de uma maneira suave, tudo na medida certa. Cenas de ação, diálogos, sem pressa.. Claro que não contém o mesmo impacto e detalhes que o livro tem, mas está super válido. É uma adaptação digna, mesmo com as ligeiras mudanças que ocorreram. As cenas tem um tom bonito e muitas vezes tenso, principalmente nos minutos finais. Outra coisa que acertaram em cheio, foi o momento da divisão. Não havia momento melhor para o final do filme. Um ótimo gancho para fisgar e instigar o espectador a assistir a Parte 2.

No quesito atuações, podemos dizer que este se superou. Atores como Alan Rickman (Snape), Helena Bonhan Carter (Belatriz Lestrange) dispensam comentários. Daniel Radcliffe que sempre foi um ator ‘morno’ teve sua melhor atuação na série. Rupert Grint e Emma Watson são perfeitos, ele com seu jeito ‘bobo’ e expressões faciais e ela com a doçura e inteligência. O trio principal cresceu muito profissionalmente, isso é um fato inegável. Ao meu ver, quem merece o maior destaque é Ralph Fiennes (Lord Voldemort) o cara nasceu para ser Você-Sabe-Quem. Trejeitos, expressões, tom de voz, tudo é na medida certa. É incrível o trabalho dele. Outro detalhe é o elfo doméstico Dobby. O carisma do personagem é imensurável. Uma participação extremamente notável. Mesmo tendo sido criado por computador.

São tantos os pontos positivos desse filme, que fica difícil falar sem entregar detalhes importantes da história. O filme tem cenas emocionantes, bonitas visualmente, engraçadas, tensas, aterrorizantes. É uma mistura que dá totalmente certo. Foi super legal ver as diversas reações da platéia com o filme.. Quando assistirem, reparem na cena que citei no começo e no suspense criado na cena que Harry e Hermione vão até Godrics Hollow. Digna de um filme de horror.. assim como os minutos finais também. Os momentos de descontração também são hilários. Tudo sem beirar o ridículo ou apelativo.

‘As Relíquias da Morte’ é o melhor filme da série, sem dúvida alguma. Tivemos um grande final na literatura e estamos tendo um excelente final nos cinemas também. Tudo no filme é de uma qualidade inquestionável e com certeza irá deixar tenso, emocionar e arrancar risadas de muita gente. Infelizmente tudo tem um fim, com Harry Potter não será diferente, a única coisa que podemos fazer é esperar pela Parte 2 que com certeza não irá decepcionar. Meus parabéns a toda equipe envolvida nessa produção. Conseguiram fazer um filme excelente.

NOTA 10

terça-feira, novembro 16, 2010

A Rede Social (The Social Network)


Quando li a primeira notícia sobre o ‘tal filme sobre o Facebook’, achei uma idéia um tanto quanto estranha. Não conseguia ver como poderia sair um filme interessante. Sabe aquela sensação de que não seria algo legal? Então, era assim que eu me sentia. Mesmo com o elenco promissor e a direção de um dos meus diretores favoritos, David Fincher. O tempo passou e pude conferir com meus próprios olhos como eu estava enganado e como o filme é sensacional. Com certeza um dos melhores deste ano.
A Rede Social’ não é sobre o Facebook em si. É um filme sobre a criação dele e os processos judiciais que o seu criador Mark Zuckerberg, sofreu de seu até então melhor amigo, Eduardo Saverin, e outros ‘inimigos’ que fez enquanto montava a maior rede social da atualidade.

O que eu mais gostei nesse filme, é que ao mesmo tempo em que Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg, de Adventureland) é o mocinho sonhador querendo um pouco de notoriedade, ele também é o vilão da história. A relação com ele é um tanto quanto de amor e ódio. Os atos dele às vezes soam absurdos. Para deixar claro e sem entregar muito da história, Mark basicamente roubou a idéia do Facebook, e durante a ascensão do site ‘passou a perna’ em seu melhor amigo, Eduardo (Andrew Garfield), levando os dois à uma batalha judicial. É nítido que Mark era uma mente mais do que brilhante, e conforme o filme vai passando vamos entendendo os motivos que o levaram a tais atos. Como eu citei acima, é uma relação de amor e ódio. Ao mesmo tempo que temos que dar o braço a torcer e concordar em (muitas) verdades que ele diz, alguns atos dele vão contra o que nós julgamos ser correto. Um dos pontos positivos de ‘A Rede Social’ está nesse fator, a discussão que o filme trás. De que lado você ficaria? Eduardo ou Mark? Você concorda com as atitudes dele? O que você faria nessa situação?

Como muitos devem imaginar, é um filme parado. Não temos cenas de ação, perseguição ou suspense. Temos muitos diálogos, o filme é basicamente feito deles. E isso não é ruim, pois todos eles são de importância para a compreensão da trama. O grande defeito talvez esteja na rapidez com que eles são falados. O ator Jesse Eisenberg não faz nenhuma pausa entre suas falas, isso dificulta muito a compreensão do filme nos minutos iniciais. Apesar de não ter uma história de difícil compreensão, ‘A Rede Social’ exige uma atenção extra de quem o assiste.

A atuação da dupla principal está excelente. Jesse Eisenberg consegue passar um tom de frieza e inteligência absurdo. Andrew Garfield também, começa com uma atuação normal e conforme o personagem vai crescendo, vai melhorando cada vez mais. Principalmente na cena que descobrimos o motivo para todo o processo, o cara mandou muito bem. Os personagens secundários também são bastante satisfatórios. Rooney Mara (A Hora do Pesadelo) e até mesmo Justin Timberlake (Alpha Dog) mostraram que podem ser bons quando querem. E temos até uma surpresa, das cinzas aparece Joseph Mazello, o muleque do primeiro ‘Jurassic Park’.

Ao meu ver, quem conseguiu espremer o melhor de cada um ali, foi David Fincher (Seven). O que ele fez com o filme, não é qualquer diretor que conseguiria. O tom que o filme tem, é sem explicação, somente assistindo para saber. São 120 minutos que passam e nós não sentimos, ficamos totalmente presos na trama. David fez tudo no filme ficar praticamente perfeito. A prova disso está em uma sequência logo no começo do filme, onde Mark Zuckerberg invade os sistemas de Harvard para fazer um site. A cena é genial, prestem atenção nela. Os cortes, a trilha sonora e até um certo grau de suspense que foi inserido , estão na medida certa.

‘A Rede Social’ é um filme praticamente perfeito. Tudo nele funciona de uma forma incrível. Roteiro, atuações, direção, fotografia. Tudo é de uma precisão fora do normal. Boatos dizem que é um forte candidato ao Oscar, e caso isso aconteça, é um filme que realmente merece. Para mim, já é um dos melhores do ano e figura fácil nos meus favoritos. Se você gosta de filmes nesse estilo, é um prato cheio.

Nota: 10